Começa o VI ENANPARQ Brasília
VI ENANPARQ & Diálogos Internacionais
O tema escolhido para o VI ENANPARQ & Diálogos Internacionais é “Limiaridade: processos e práticas em Arquitetura e Urbanismo”. Limiar é um começo, uma circunstância de limites ou fronteiras. Limiaridade é transição, deslocamento, movimento. Limiaridade é uma demarcação – real, imaginária ou provisória – que possibilita pensar sobre cada um dos lados e, também, o que está entre eles. Limiaridade é um termo oportuno para instigar reflexões sobre processos e práticas em Arquitetura e Urbanismo nas circunstâncias contemporâneas, quando objetos, valores e categorias estão postos em xeque. Quando é cada vez mais difícil encontrar certezas, quando nada mais se parece com o que era antes.
Tomar o tempo presente parece não ser tarefa simples. Em tempos de instabilidade de parâmetros e crises de paradigmas, os deslocamentos, as transições, as permutas podem e devem ser explorados. Neste transe, tudo parece instável. As zonas limítrofes, as zonas de passagem, as zonas intermediárias são umbrais, são limiares que podem ser tensionados por forças, intensidades, experimentações de distintas gradações. As alterações se dão em diferentes tempos e espaços mediante uso dos mais diversos meios – narrativas, documentações, diálogos, tecnologias, encontros etc. Travessias. Na voracidade da comunicação e do império dos algoritmos, a passagem entre o local, o regional, o nacional, o transnacional e o internacional se relativiza. Nesses interstícios, nesses “nem lá, nem cá”, miríades de possibilidades estão abertas para abordar processos e práticas na arquitetura e no urbanismo.
Pesquisar, projetar, planejar e intervir são ações intrínsecas à Arquitetura e ao Urbanismo. Pesquisar, projetar, planejar e intervir também são ações de transformação, de especulação e de produção de conhecimento. A pesquisa, o projeto, o planejamento e a intervenção detêm potencial crítico sobre o ambiente natural e/ou construído e seus usos e apropriações, diante das múltiplas dimensões da espacialidade da paisagem, do território, da cidade, do edifício e de seu interior. A pesquisa, o projeto, o planejamento e a intervenção são parte dos processos sociais, históricos e culturais de que participam diversos agentes e instituições em constantes intercâmbios e por distintos meios.
O VI ENANPARQ e Diálogos Internacionais almejam perpassar as abrangentes escalas da Arquitetura e do Urbanismo para instigar reflexões, a partir de limiares, travessias, transições, deslocamentos e permutas, de um campo disciplinar autônomo e consolidado, tendo contextos nacionais e estrangeiros como suporte, especialmente os latino-americanos. O edifício, o urbano, o rural, o território ou a paisagem podem ser tomados como objetos e/ou suportes para interlocuções de saberes, meios, usos, práticas e técnicas nos intercâmbios com Engenharia, Arte, História, Sociologia, Antropologia, Psicologia, Filosofia, Geografia, Economia, Direito, Comunicação.